Cooperativas de materiais recicláveis de AL relatam avanços na prestação de serviço
09/09/2025
A procuradora-chefe do Ministério Público do Trabalho em Alagoas (MPT-AL), Adir de Abreu, recebeu, na sexta-feira (5), representantes das cooperativas de catadoras e catadores de materiais recicláveis de Maceió. Na ocasião, foi apresentado o balanço dos oito anos do cooperativismo socioambiental após os contratos de prestação de serviço firmado com a Prefeitura da Capital.
Estiveram presentes lideranças da Cooperativa dos Catadores da Vila Emater (Coopvila), Cooperativa de Recicladores de Alagoas (Cooprel) do Benedito Bentes e Cooperativa de Recicladores de Lixo Urbano de Maceió (Cooplum). Também compareceram à reunião as assessorias jurídica e econômica das três frentes de trabalho.
Segundo as cooperativas, houve um aumento do faturamento e, consequentemente, da renda dos cooperados. Com isso, eles passaram a somar valores superiores ao salário-mínimo, quando antes não alcançavam 60% do básico nacional.
O crescimento da renda reflete o crescimento da produção, por meio da coleta e comercialização dos materiais recicláveis. O aumento da demanda de serviço também facilitou a criação de uma nova cooperativa de coleta de materiais recicláveis na capital alagoana.
“É com grande alegria que observamos toda essa evolução social em cooperativas com mais de 30 catadores hoje, quando tinham apenas cinco ou seis. A nossa satisfação se torna ainda maior sabendo que se trata de pessoas oriundas do antigo lixão. Agora, eles podem trabalhar com mais dignidade”, comemorou a procuradora-chefe do MPT-AL, que debateu com os presentes sobre cooperativismo e inclusão social.
Os cooperados ganharam maior autonomia nas decisões internas, com possibilidade de contratar equipe técnica e assessorias especializadas; passaram a receber investimentos em infraestrutura, incluindo aquisição de veículos próprios, reforma de galpões e compra de equipamentos de proteção individual (EPIs) e fardamentos, reduzindo assim a dependência de terceiros; e participaram de encontros regionais e nacionais, fortalecendo o movimento e a articulação dos catadores.
“Falamos de melhorias na qualidade de vida das catadoras e catadores de materiais recicláveis. Foi uma conversa muito importante com o MPT-AL. Geralmente, viemos aqui para falar dos nossos desafios e problemas. Hoje trouxemos boas notícias, mostrando o que avançou nos últimos anos”, chamou atenção Vânia Gomes, representante estadual do Movimento Nacional dos Catadores de Materiais Recicláveis (MNCR).
Circuito de diálogos
Mesmo diante dos avanços elencados, avaliou-se que, para os próximos passos, será necessário investir em formação sobre cooperativismo e história das cooperativas de catadoras e catadores. O objetivo é fortalecer as lutas e conquistas da categoria.
Nesse sentido, ficou estabelecido o compromisso de organizar um circuito de diálogos entre o MPT-AL e as cooperativas, com o objetivo de revisitar e valorizar essas experiências.
“Também esperamos o acompanhamento do MPT-AL em relação a outros procedimentos de contratação no interior do estado. Dessa forma, espera-se ampliar essa política pública e possibilitar que mais catadores tenham acesso a melhores condições de trabalho e renda”, disse o assessor econômico das cooperativas, Lucas Barros.
Biografia
A procuradora-chefe do MPT-AL, Adir de Abreu, foi presenteada com um livro entregue pela catadora Patrícia Ramos. A publicação conta a história de vida da integrante da Cooperativa de Recicladores de Alagoas do Benedito Bentes.
Patrícia Ramos também deixou outras unidades do livro para serem sorteados entre procuradores, servidores, estagiários e colaboradores do Ministério Público do Trabalho em Alagoas.
MPT em Alagoas